domingo, 7 de abril de 2013

TORNADOS ESPACIAIS ENERGIZAM A ATMOSFERA SOLAR

 
Em nosso planeta, os tornados são temidos por trazerem destruição e devastarem cidades inteiras. Esses eventos naturais não exclusivamente terrestres, entretanto. No sol também existem tornados, que são muito maiores do que os que são formados na Terra. Mas ao invés de destruição, eles são fundamentais para nossa estrela. Cientistas acreditam que esses furacões são os responsáveis por manter a atmosfera solar superaquecida, ainda mais quente do que a própria superfície do astro.

Matemáticos da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, encontraram evidências de que os tornados solares carregam energia da zona de convecção – a última camada antes da superfície solar, que é um reservatório de energia – para a atmosfera, na forma de ondas magnéticas.

Um dos grandes problemas da astrofísica moderna era entender como a atmosfera de uma estrela como o sol poderia ser mais quente do que sua superfície. Já era claro que a energia se originava abaixo da superfície do sol, mas como ela ia parar na atmosfera solar era um mistério. Os furacões solares parecem ser a resposta.

Os pesquisadores acreditam que aproximadamente 11 mil tornados circulam em toda a superfície da estrela. Eles são bem diferentes dos que existem em nosso planeta. A começar pela temperatura, de milhões de graus centígrados. Os furacões do sol também são gigantescos: eles se estendem por mais de 1,6 mil quilômetros de diâmetro – maiores do que a Grã-Bretanha.

Pesquisadores acreditam que esse processo poderia ser utilizado na Terra no futuro, para energizar plasma em Tokamaks, produzindo energia.

“Se entendermos como a natureza aquece plasmas magnetizados, como nos tornados observados no sol, um dia poderemos ser capazes de usar este processo para desenvolver a tecnologia necessária e construir dispositivos que produzam energia limpa e verde”, afirmou um dos pesquisadores da equipe, Robertus Erdelyi.

ScienceDaily/Wired/UPI

TSUNAMIS SOLARES SÃO VERDADEIROS


Uma onda de plasma com cerca de 97 mil km de altura viajando a uma velocidade de 901 mil km/h.

A agência estadunidense de exploração espacial confirmou que ondas de plasma que passam pela superfície solar são uma espécie de tsunami. Estes fenômenos foram observados pela primeira vez há alguns anos, mas cientistas acreditavam que eles eram apenas ilusões ópticas.

Quando o acontecimento foi observado, era difícil acreditar que uma onda de plasma quente estava passando pela superfície solar. Uma destas ondas subiu a uma altura maior que o diâmetro da Terra e saiu de dentro de um ponto central de milhões de quilômetros de largura. Observadores mais céticos acreditavam que aquilo podia ser uma sombra, uma ilusão de ótica.

Agora, as naves Stereo, da Nasa, que têm a missão de observar a superfície solar, estão mostrando aos cientistas que o fenômeno é uma espécie de tsunami solar, e a agência até mesmo liberou um vídeo do incrível acontecimento.

Tsunami solar confirmado
O par de naves Stereo confirmaram o a existência do fenômeno em imagens capturadas em fevereiro de 2009, quando um ponto na superfície do sol entrou em erupção inesperadamente. A explosão liberou um bilhão de toneladas de gás no espaço, e mandou o tsunami através superfície solar.

As naves gravaram a onda de duas posições separadas a 90 graus, dando aos pesquisadores uma visão única do evento. “Com certeza era uma onda”, afirma Spiros Patsourakos, da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, autor do estudo que descreve as descobertas feitas sobre a superfície solar.

O nome técnico do “tsunami solar” é “onda magneto-hidrodinâmica rápida” ou “onda MHD”. O fenômeno foi descoberto em 1997 pelo Observatório Solar e Heliosférico (Soho), também da Nasa. Em maio daquele ano, uma enorme onda de gás explodiu em uma região ativa da superfície solar, e o Soho gravou um tsunami saindo em ondas da região da explosão.

Na época, a visão do Observatório não foi suficiente para responder à questão que ainda circulava a descoberta: aquilo era uma onda ou apenas uma sombra? Vários eventos semelhantes foram gravados pelo mesmo observatório nos anos seguintes, sem sucesso para desvendar o mistério sobre os tsunamis.

As naves Stereo, lançadas em 2006, circulam em posições diferentes: uma orbita em volta do sol em frente à Terra, e a outra atrás da Terra, para ter uma visão completa do sol. Os especialistas esclarecem que os tsunamis solares não são uma ameaça à Terra, mas que devem ser estudados. “Podemos usá-los para diagnosticar as condições do sol”, afirma Joe Gurman, da Nasa. “Observando a propagação das ondas, podemos reunir informações sobre a atmosfera do sol de uma forma que nunca foi disponível de outra maneira”, completa.

MSNBC, Space

QUINTA FORÇA FUNDAMENTAL DA NATUREZA

As interações spin-spin de longo alcance (linhas na imagem) permitem que os elétrons (pontos vermelhos) na superfície “sintam” os elétrons no interior da Terra.

A busca pelos mistérios do universo nunca para. Apesar do tão sonhado bóson de Higgs ter sido, aparentemente, finalmente encontrado, os cientistas agora estão no encalço de outra partícula que pode estar ligada a uma nova força fundamental da natureza.

Um estudo do Amherst College e da Universidade do Texas, em Austin, ambos nos EUA, está usando a própria Terra como laboratório para detectar partículas elusivas que podem comprovar a existência de uma “quinta força” fundamental no universo.

Essa nova força deve operar além das quatro forças fundamentais familiares aos físicos: gravidade, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca. Ela deve permitir que partículas subatômicas “sintam” umas às outras em distâncias extremamente grandes.

A nova força carrega o que é chamado de interação spin-spin de longo alcance. Interações spin-spin de curto alcance acontecem o tempo todo: ímãs grudam na geladeira porque os elétrons do ímã e os do aço na geladeira estão todos girando em torno da mesma direção, por exemplo. Já as interações de longo alcance são mais misteriosas.

Quinta força: a origem
Existem três possibilidades para estabelecer de onde essa possível nova força vem. A primeira é uma partícula denominada “não partícula” (unparticle, no termo em inglês), que se comporta como fótons (partículas de luz) em certas formas, e como partículas de matéria em outras.

A segunda é uma partícula chamada de Z’, um primo mais leve do bóson Z, que traz a força nuclear fraca. Ambas a não partícula e a Z’ podem existir a partir de extensões das atuais teorias físicas (Modelo Padrão da Física).

A terceira possibilidade é a de que não há nenhuma nova partícula, mas sim a teoria de relatividade tem algum componente que afeta o spin (momento angular dos elétrons).

Interações spin-spin de longo alcance
As interações spin-spin mais normais, do tipo ímã de geladeira, são mediadas por fótons e operam apenas em distâncias muito curtas. Interações spin-spin de longo alcance não parecem diminuir ou enfraquecer com a distância, entretanto. Os físicos têm procurado as partículas que carregam esse tipo de interação há anos, mas não a encontraram ainda.

Apesar dos cientistas interpretarem a interação magnética entre os spins de duas partículas como sendo uma consequência da troca de “fótons virtuais”, alguns têm sugerido que pode haver outros tipos de partículas, além dos fótons, que podem ser trocadas virtualmente entre dois spins.

Os pesquisadores têm tentado identificar essa partícula, mas os resultados até agora não têm sido conclusivos.

O novo experimento, entretanto, coloca limites mais rigorosos de quão forte pode ser esta nova força, o que dá aos físicos uma ideia melhor de onde procurar por ela.

A não partícula foi proposta pela primeira vez em 2007 pelo físico Howard Georgi, da Universidade Harvard (EUA).

Partículas têm uma massa definida, a menos que sejam fótons, que não têm massa. A massa de um elétron ou próton não pode mudar: se você alterar sua massa (e, portanto, sua energia), você altera o tipo de partícula que ela é.

Não partículas teriam massa e energia variáveis. A interação spin-spin de longo alcance seria uma propriedade fundamental destas partículas.

As tentativas do novo estudo não revelaram uma nova partícula ligada à força, mas mostraram que a interação spin-spin de longo alcance precisa ser menor por um fator de 1 milhão do que as experiências anteriores haviam sugerido. Se ela de fato existir, é tão pequena que a força gravitacional entre duas partículas, como um elétron e um nêutron, é um milhão de vezes mais forte.

Os cientistas já sabiam que a força que estavam procurando seria fraca e só poderia ser detectada através de distâncias muito longas. Então, precisavam encontrar um lugar onde toneladas de elétrons estivessem “apertados” uns ao lado dos outros para produzir um sinal mais forte – e escolheram o manto da Terra.

Em seguida, projetaram um equipamento para tentar detectar interações entre os “geoelétrons” neste manto e partículas subatômicas na superfície da Terra.

Essencialmente, os pesquisadores estudaram se os spins de elétrons, nêutrons e prótons medidos em vários laboratórios ao redor da Terra podiam ter uma energia diferente dependendo de sua orientação em relação à Terra.

Os spins polarizados se originam principalmente de elétrons de minerais ricos em ferro no manto da Terra, que se alinham com o campo magnético do planeta.

“Nossos experimentos eliminaram [a possibilidade] dessa interação magnética, então procuramos por alguma outra interação em nossos spins experimentais. Uma das interpretações dessa ‘outra interação’ é que pode ser uma interação de longo alcance entre os spins em nosso equipamento e os spins dos elétrons no interior da Terra, que estão alinhados pelo campo geomagnético”, explicou Larry Hunter, um dos cientistas do estudo.

No manto da Terra, existem muitos elétrons. Amostras preparadas em laboratórios seriam mais controláveis, mas menos abundantes. Graças ao grande número de elétrons polarizados, o estudo foi capaz de limitar a magnitude da interação spin-spin entre dois elétrons muito distantes um do outro para um valor cerca de um milhão de vezes menor do que a sua atração gravitacional.

Os cientistas também mapearam as direções e densidades dos spins dos elétrons no interior da Terra. Esse mapa da magnitude e direção dos spins dos elétrons através do planeta deve ajudar na elaboração de novos experimentos mais precisos, que possam finalmente detectar a quinta força fundamental, se ela for real.

Além de estreitar a busca pela nova força, o experimento também apontou para uma outra maneira de estudar o interior da Terra.

Os modelos atuais às vezes oferecem respostas inconsistentes a respeito de por que, por exemplo, as ondas sísmicas se propagam através do manto da maneira como se propagam. A quinta força seria uma forma de “ler” as partículas subatômicas lá embaixo, ajudando os cientistas a compreender tal discrepância.

As descobertas da pesquisa aparecem na edição de 22 de fevereiro da revista Science.

LiveScience

PIGMENTO DO ANTIGO EGITO DÁ COR A NOVAS TECNOLOGIAS


A nanociência aplicada a um pigmento usado na antiguidade está abrindo caminhos para tecnologias estado-da-arte na atualidade.[Imagem: Johnson-McDaniel et al./JACS]

Renovação
O azul egípcio, um pigmento que impressionou faraós e rainhas na antiguidade, pode se tornar a próxima onda na tecnologia das telecomunicações e da segurança, além de permitir a criação de uma nova geração de tintas.

O pigmento azul, usado há mais de 5.000 anos, está dando aos cientistas pistas para o desenvolvimento de novos nanomateriais.

Essas novas nanopartículas têm usos potenciais em equipamentos de imagens médicas, controles remotos para televisores, tintas de segurança e tecnologias de telecomunicações por fibra óptica.

Foi o que descobriram Darrah Johnson-McDaniel e seus colegas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.

Azul que emite vermelho
Os pesquisadores afirmam ter ficado surpresos ao verificar que o silicato de cobre e cálcio que forma o azul egípcio se divide em nanofolhas tão finas que milhares delas caberiam na largura de um fio de cabelo humano.

Mas a maior surpresa foi que essas nanofolhas emitem radiação infravermelha (IR), semelhante à usada para comunicação entre os controles remotos e as TVs e outros dispositivos de telecomunicações.

"O silicato de cobre e cálcio estabelece uma rota para uma nova classe de nanomateriais que são particularmente interessantes com vistas a equipamentos estado-da-arte, como imagens biomédicas usando infravermelho próximo, emissores de luz infravermelha (principalmente para uso em plataformas de telecomunicações) e novas formulações de tintas de seguranças," afirmam os pesquisadores em seu estudo.

"Desta forma, podemos repensar as aplicações de um antigo material através dos métodos tecnoquímicos modernos," concluem eles.

Azul egípcio
O azul egípcio é formado por partículas que são essencialmente um tipo de vidro - CaCuSi4O10 e SiO2 (sílica).

Os cientistas passaram a se interessar no estudo da propriedade de materiais muito finos principalmente depois da descoberta do grafeno, uma folha unidimensional de carbono que apresenta propriedades radicalmente diferentes do material em bruto.

O próximo passo da pesquisa é criar os primeiros protótipos de dispositivos baseados no pigmento azul que promete revolucionar a emissão de luz infravermelha.

Site Inovação Tecnológica

ESPAÇO E TEMPO ESTÃO ENTRELAÇADOS EM NOSSA MENTE

Ao contrário da teoria de Einstein, qual o espaço e o tempo são mutuamente inseparáveis, na mente humana eles são separados de forma assimétrica.[Imagem: Wikimedia]

Tempo e espaço na mente

O espaço e o tempo estão entrelaçados em nossos pensamentos, assim como eles estão no mundo físico. Mas a relação entre eles é diferente na Física e na mente humana.

Durante séculos, os filósofos têm debatido exatamente como essas dimensões estão relacionadas em nossos pensamentos. E parece que essa relação é mais profunda e começa mais cedo do que se imaginava.

Mente das crianças
Para estudar exatamente como se dá essa relação, um grupo de cientistas resolveu estudá-la em crianças, quando ela ainda não foi afetada pelo aprendizado e pela cultura.

De acordo com o artigo publicado no exemplar de Abril da revista Cognitive Science, a capacidade das crianças em entender o tempo é inseparável do seu entendimento do espaço.

Para estudar a relação entre o espaço e o tempo nas mentes em desenvolvimento das crianças, os pesquisadores mostraram-lhes filmes de corrida de dois caracóis ao longo de caminhos paralelos. Cada corrida tinha diferentes distâncias ou durações diferentes.

Tempo é inseparável do espaço
As crianças tinham que julgar ora o aspecto espacial de cada corrida - dizendo qual animal percorreu uma distância maior - ora o aspecto temporal - apontando qual animal correu por mais tempo.

Ao julgarem a distância, as crianças não tiveram nenhum problema em ignorar o tempo. Mas, quando lhes foi pedido para julgar o tempo, elas mostraram dificuldade em ignorar a dimensão espacial do evento.

Os caracóis que se moveram por uma distância maior foram incorretamente apontados como tendo viajado por mais tempo.

Ou seja, as crianças utilizam a distância física para medir a passagem do tempo.

Tempo na linguagem e na mente
Na maioria dos idiomas ocidentais, é difícil falar sobre o tempo sem utilizar conceitos e palavras que se referem ao espaço. Todos entendem quando se fala sobre "reuniões curtas" ou "férias longas".

Será que a confusão das crianças é resultado do uso corrente de palavras que têm significados tanto espacial quanto temporal?

Para evitar essa confusão, os cientistas fizeram os experimentos com crianças gregas. Os gregos utilizam um tipo diferente de vocabulário espacial para o tempo, descrevendo o tempo como se ele se acumulasse em um espaço tridimensional, em vez de considerá-lo como se estendendo ao longo de um espaço linear.

Em grego, foi possível formular perguntas naturalmente, evitando palavras ambíguas, como "longo" ou "curto". Desta forma, as respostas das crianças não foram geradas por confusões superficiais no texto - elas refletem ligações conceituais profundas entre o espaço e o tempo.

Relatividade do tempo psicológico
Se o tempo é avaliado em relação ao espaço, será que nossa mente captura intuitivamente a mesma relação entre essas dimensões defendida pela física moderna?

"Einstein fez uma pergunta semelhante ao psicólogo infantil, Piaget", afirma Daniel Casasanto, do Instituto Max Planck de Psicolinguística, na Holanda, que fez a pesquisa juntamente com seus colegas das universidades Aristóteles de Tessalônica, na Grécia e Stanford, nos Estados Unidos.

"Mas é pouco provável que nossas intuições sobre o tempo sejam formadas por algo tão contraintuitivo quanto a relatividade de Einstein," afirma ele.

Ao contrário, esta pesquisa mostra uma relação diferente. Na física, o espaço e o tempo são teorizados como sendo mutuamente inseparáveis.

Na mente, no entanto, eles são separados de forma assimétrica. As crianças podem pensar sobre o espaço independentemente do tempo, mas parece que elas não podem conceituar tempo independentemente do espaço.

Diário da Saúde

VIAGEM NO TEMPO: PENSAR NO FUTURO OU NO PASSADO NOS MOVE DE VERDADE


Ao contrário do filme De Volta para o Futuro, os pesquisadores fizeram os voluntários entrarem em uma viagem do tempo imaginária. Mas os movimentos não foram imaginários.[Imagem: Wikimedia]

Percepção do espaço e do tempo

Embora tecnicamente não possamos viajar no tempo, pelo menos não ainda, quando pensamos no passado ou no futuro fazemos uma espécie de viagem mental no tempo.

Esta capacidade exclusivamente humana de viajar psicologicamente através do tempo sem dúvida nos diferencia de outras espécies.

Agora, pesquisadores analisaram como a viagem mental no tempo é representada no sistema sensório-motor que regula o movimento humano.

Os resultados mostram que as nossas percepções do espaço e do tempo estão intimamente ligados.

Viagem no tempo virtual
Einstein já nos garantiu há muito tempo que espaço e tempo não são separados, mas uma entidade única que ele chamou de espaçotempo.

Os psicólogos Lynden Miles, Louise Nind e Neil Macrae, da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, fizeram um estudo para medir isso em laboratório.

Eles equiparam os participantes da pesquisa com um sensor de movimento, enquanto estes imaginavam eventos passados ou futuros.

Os pesquisadores descobriram que pensar sobre eventos passados ou futuros pode literalmente mover-nos, fisicamente. A "direção" dos pensamentos - passado ou futuro - foi detectada pelos sensores de movimento.

Cronestesia
As medições mostram que engajar-se em uma viagem mental no tempo (também conhecida como cronestesia) resultou em movimentos físicos correspondentes ao sentido metafórico do tempo.

Aqueles que pensavam no passado balançavam para trás, enquanto aqueles que pensavam no futuro moveram-se para a frente.

Estes resultados, publicados na revista Psychological Science, sugerem que a cronestesia pode ser baseada em processos que ligam as metáforas espaciais e temporais (por exemplo, o futuro = para a frente, passado = para trás) com os nossos sistemas de percepção e de ação.

"A incorporação do tempo e do espaço representa um marcador comportamental claro de uma operação mental, por todos os outros meios totalmente invisível", explicam os pesquisadores.

Diário da Saúde

TEMPO E ESPAÇO EM QUE DIREÇÃO ESTÁ O FUTURO?

Ao contrário da teoria de Einstein, na qual o espaço e o tempo são mutuamente inseparáveis, na mente humana espaço e tempo estão entrelaçados.[Imagem: Wikimedia]

Tempo espacial

Todos gostamos de falar que o tempo voa, que ele não pára - enfim, nossas descrições do tempo estão sempre relacionadas como um movimento pelo espaço.

Um novo estudo mostrou que ilusões que influenciam a forma como nos movimentamos pelo espaço também influenciam nossa percepção do tempo.

Mas não se trata apenas de uma associação: nossa experiência do tempo e do espaço parecem estar muito mais ligadas do que se pensava.

Mas se tempo e espaço têm algo em comum, de onde vem o tempo? E para onde ele vai?

"Parece-nos que os psicólogos têm negligenciado o importante fato de que, na experiência diária, as pessoas não avaliam o passado e o futuro exatamente da mesma forma, disse Eugene Caruso, da Universidade de Chicago (EUA).

Direção do tempo
A partir de pesquisas sobre a percepção espacial, sabemos que as pessoas se sentem mais próximas de objetos rumo aos quais elas estão se movendo do que de objetos dos quais elas estão se afastando, mesmo se os objetos estiverem exatamente na mesma distância.

Como nossas percepções de tempo são baseadas nas nossas experiências de espaço, Caruso e seus colegas levantaram a hipótese de que a mesma ilusão poderia influenciar a forma como experimentamos o tempo, resultando no que eles chamam de um efeito Doppler temporal.

De fato, seus experimentos com estudantes em uma estação de trem mostraram que as pessoas acreditam que o tempo futuro - um mês ou um ano a partir de hoje - está mais próximo do que o mesmo tempo no passado.

Os cientistas então aprimoraram o experimento, colocando os estudantes em um ambiente de realidade virtual que permitia que eles se movimentassem enquanto avaliavam o tempo.

Somente os estudantes que caminhavam rumo a um objetivo continuaram sentindo o futuro mais próximo do que o passado.

Aqueles que acreditavam estar se movendo para longe do objetivo, não apresentaram o efeito Doppler temporal.

Rumo ao futuro
Estes resultados confirmam que nossas percepções de tempo são baseadas em nossas experiências de movimento através do espaço: nós tendemos a nos sentir mais próximos do futuro porque sentimos que estamos nos movendo em direção a ele.

O que vale dizer: em termos da direcionalidade do tempo, a maioria de nós acredita que o futuro está à nossa frente, e o passado atrás.

Isto confirma outras pesquisas, que fizeram o inverso, mostrando que pensar no futuro ou no passado nos move de verdade.

Há também relatos de pessoas que acreditam que o passado está para a direita e o futuro para a esquerda, ou vice-versa.

Diário da Saúde

O TEMPO É AQUILO QUE NÓS FAZEMOS DELE

"Nossa pesquisa mostrou que não é necessariamente a pressão
do tempo, mas é a percepção da pressão do tempo que afeta você."[Imagem: Marcin Cieslak /Wikimedia Commons]

Percepção do tempo
Fale com qualquer pessoa sobre um projeto que ela estiver conduzindo e a principal preocupação que você ouvirá será "O tempo não será suficiente para terminar."

Mas, em vez de tempo, talvez o que essa pessoa precise seja uma mudança na sua própria percepção.

"Nossa pesquisa mostrou que não é necessariamente a pressão do tempo, mas é a percepção da pressão do tempo que afeta você," explica Michael DeDonno, pesquisador em psicologia da Universidade Case Western (Estados Unidos). "Se você sente que não tem tempo suficiente para fazer algo, isso o afetará."

Informações sobre o tempo
DeDonno pesquisou 163 profissionais que passavam por um teste de avaliação psicológica para analisar o efeito da percepção da pressão do tempo sobre uma tarefa de aprendizagem. Seu estudo, o primeiro a estudar a relação entre a percepção da pressão do tempo e o desempenho no teste, foi publicado na revista Judgment and Decision Making.

Ele dividiu os participantes em dois grupos: o primeiro foi informado de que o tempo dado para a tarefa seria insuficiente, e o controle de controle, que foi informado de que o tempo era suficiente. Na realidade, os dois grupos tinham tempo suficiente para fazer a tarefa.

Ao longo da tarefa, cada um dos dois grupos foi sendo quebrado em subgrupos, com um dos subgrupos recebendo menos tempo de fato, sem qualquer aviso, para pensar nas tarefas.

Tempo e desempenho
Os resultados mostraram que o participantes que foram alertados que não teriam tempo suficiente saíram-se pior do que aqueles que tinham a informação de que o tempo era o bastante para a realização da tarefa, independentemente do tempo real alocado a cada um.

"Seu eu lhe digo que você não tem tempo suficiente, seu desempenho será ruim tenha você tempo bastante ou não. Se lhe disser que você tem o tempo necessário, nos dois cenários (tendo de fato ou não), você se sairá melhor do que aqueles que pensam que não têm tempo," diz DeDonno.

Como evitar a pressão do tempo
Embora ainda fique por ser explicado exatamente por que a percepção do tempo afeta o desempenho, DeDonno afirma que há formas de combater esse efeito.

"A tomada de decisão pode ser baseada em emoções, assim, mantenha suas emoções sob controle. Tenha confiança na quantidade de tempo que você tem para desempenhar sua tarefa. Tente focar na tarefa e não no tempo. Nós não controlamos o tempo, mas podemos controlar nossa percepção. É incrível o que você consegue fazer em um período muito limitado de tempo," diz o psicólogo.

"O tempo é relevante. Simplesmente tenha confiança no tempo que lhe foi dado. Eu sempre digo aos meus alunos: 'Faça o melhor que puder no tempo dado. Quando ele acabar, ele acabou.'", conclui o pesquisador.

Diário da Saúde

MINERIO KAWAZULITA MATERIAL DO FUTURO É ENCONTRADO EM MINA DE OURO DESATIVADA

O mineral kawazulita é um isolante topológico natural, um material com aplicações na spintrônica e na computação quântica.[Imagem: ACS]

Imagine um material plano que seja isolante em toda a sua área, mas eletricamente condutor nas suas bordas.
Esses são os isolantes topológicos, uma classe de materiais que fora prevista teoricamente em 2005, e sintetizada nos laboratórios pela primeira vez em 2008.
Material bizarro abre fronteiras na spintrônica e na computação quântica.
A grande vantagem de circunscrever a condução elétrica à borda do material é que isso possibilita manipular o spin dos elétrons com muita precisão, um fenômeno que está sendo explorado pela spintrônica, além da criação de qubits para a computação quântica.
Com sua movimentação restrita, o elétron passa a ter o spin atrelado ao seu movimento, o que faz com que ele circule ao redor de um ponto, não entrando para dentro do material, que permanece isolante em todo o seu interior.
Isso permite criar correntes de spin, filtrando os elétrons segundo seu momento magnético - o grande objetivo é tirar proveito desse spin dos elétrons individuais, em vez da enxurrada de elétrons característica das cargas elétricas exploradas pelos transistores.
Devido às suas características inusitadas, até agora se acreditava que esses materiais só poderiam ser fabricados artificialmente.
Mineral extraterrestre
A grande surpresa veio quando Pascal Gehring e seus colegas do Instituto Max Planck, na Alemanha, examinavam amostras de minerais coletados em uma mina de ouro abandonada na República Tcheca.
Eles identificaram um mineral até agora desconhecido, batizado de kawazulita, que se desmancha em folhas muito finas, que são isolantes topológicos naturais.
Embora sejam mineralogicamente complexas, as folhas muito finas são muito mais puras do que os isolantes topológicos sintetizados até agora.
Além de facilitar - e baratear - as pesquisas com essa classe emergente de materiais spintrônicos, a descoberta levanta a possibilidade de que as mesmas propriedades sejam encontradas em outros minerais.
Algo semelhante ocorreu com os quasicristais, materiais que renderam o Prêmio Nobel de Química ao seu descobridor e que se acreditava serem uma curiosidade na qual o homem teria a primazia da invenção em relação à natureza.
A diferença é que todos os quasicristais descobertos na natureza até agora têm origem.
Site Inovação Tecnológica

QUASICRISTAIS QUE RENDERAM NOBEL PODEM SER EXTRATERRESTRES



Sua descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Química de 2011 a Daniel Shechtman.

O padrão dos isótopos de oxigênio se mostrou distinto de qualquer outro já visto em qualquer outro encontrado na Terra.[Imagem: Luca Bindi/Paul Steinhardt]

Peças dos chamados quasicristais, cuja formação até então desafiava os cientistas, podem ter vindo do espaço, segundo um estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Descobertos em 1982, ganharam essa denominação porque rompem a simetria encontrada nos demais cristais. Sua estrutura é ordenada, mas não periódica.
Eles também possuem propriedades físicas e elétricas diferentes.
Antes da premiação, contudo, Shechtman teve que lidar com o ceticismo de seus colegas cientistas, que tentaram desacreditar não apenas sua descoberta, mas também ele próprio.
E, se não a história já não fosse suficiente, agora uma nova peça junta-se ao quebra-cabeças dos quasicristais: a possibilidade de que eles sejam de origem extraterrestre.
Os quasicristais eram produtos exclusivos dos laboratórios até serem pela primeira vez encontrados na natureza, há dois anos, nas montanhas Koryak, na Rússia.

A análise do material mostrou que os quasicristais encontrados na Rússia têm
em sua composição elementos que apontam uma origem extraterrestre. Segundo
o estudo, as pedras podem ter chegado à terra a bordo de meteoritos.

A descoberta em 2009 dos cristais nas montanhas russas foi feita pela equipe de geólogos do professor Luca Bindi.

O mineral, que possui alumínio e ferro em sua composição, mostrou que os quasicristais podem se manter estáveis sob condições naturais. Mas o processo que havia criado as estruturas ainda era uma incógnita.

No estudo Bindi diz que testes adicionais mostram indícios de que os minerais encontrados na Rússia podem ter origem fora da Terra. Eles usaram a técnica de espectrometria de massa para medir as diferentes formas, chamadas de isótopos, do elemento oxigênio, também presente em partes do mineral.

O padrão dos isótopos de oxigênio é distinto de qualquer outro encontrado no planeta. A estrutura se mostrou similar à das encontradas em um tipo de meteorito conhecido como condrito carbonáceo. As amostras também continham um tipo de dióxido de silício (também chamado sílica) que apenas se forma sob alta pressão.

A descoberta sugere que os quasicristais possam ter ou se originado no manto da Terra ou se formado sob um impacto gerado por alta velocidade, como o que ocorre quando um meteorito se choca com a superfície terrestre.
 "Essa evidência indica que os quasicristais podem se formar naturalmente sob certas condições astrofísicas e permanecerem estáveis em escalas de tempo cósmicas", diz o estudo.

 BBC e New Scientist



BRASIL AJUDARÁ NASA EM MISSÃO SOBRE CINTURIÕES DE RADIAÇÃO DA TERRA

O Brasil terá uma participação fundamental na missão, que vai monitorar o Cinturão de Van Allen, um campo magnético ao  redor do planeta. [Imagem: NASA]
 
Partipação brasileira
Às 05h00 da madrugada desta sexta-feira, a NASA deverá lançar as duas sondas gêmeas da missão RBSP - Radiation Belt Storm Probes, sondas para medição de tempestades nos cinturões de radiação, em tradução livre.
 
O Brasil terá uma participação fundamental na missão, que vai monitorar o Cinturão de Van Allen, um campo magnético ao redor do planeta, descoberto em 1950.
 
Os dados obtidos pelas duas sondas também ajudarão a avançar os estudos sobre a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), um fenômeno da ionosfera localizado acima da região Sudeste, capaz de provocar danos aos satélites artificiais.
 
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mantém parceria com a agência espacial norte-americana em estudos de clima espacial, a partir de novembro será responsável pela aquisição de dados da missão RBSP.
 
Cinturões de radiação
Para estudar as ondas eletromagnéticas e o cinturão de radiação, composto por duas faixas - uma localizada entre 2.200 e 5.000 quilômetros, e outra entre 13.000 e 55.000 quilômetros da superfície da Terra - as duas sondas da missão RBSP serão posicionadas em uma órbita equatorial, em uma faixa entre 500 quilômetros a até quase 40 mil quilômetros de altitude.
 
Os Cinturões de Van Allen consistem de partículas movendo-se em alta velocidade, cujo volume varia constantemente. As duas regiões representam uma parte crucial do clima espacial que vigora entre o Sol e a Terra, e em direção aos planetas mais externos.
 
As sondas da missão RBSP vão ajudar a determinar como as partículas movem-se ao longo dos cinturões, onde elas desaparecem e quais processos são responsáveis por suas energias e velocidades tão elevadas - existem dúzias de teorias competindo por essas explicações.
 
Influências sobre satélites
Após o período de calibração dos sensores das duas sondas, os dados começarão a ser transmitidos regularmente às estações terrestres, entre elas a do INPE, situada em Alcântara (MA).

Durante pelo menos dois anos, cientistas do mundo inteiro terão acesso às informações que permitirão, pela primeira vez, um monitoramento mais completo da AMAS e do fenômeno de precipitação de partículas elétricas que atinge a região.

"Estas sondas possuem sensores e instrumentos muito avançados. A missão permitirá a aquisição de informações mais precisas para monitorar o efeito das partículas elétricas do Cinturão de Van Allen na região da anomalia. Para se ter ideia das consequências do fenômeno, o satélite que passa nessa região precisa ter alguns equipamentos desligados para evitar problemas no seu funcionamento", explica Walter González, pesquisador da Divisão de Geofísica Espacial do INPE.
A Terra está envolta em cinturações de radiação, um localizado entre 2.200 e 5.000 quilômetros, e outro entre 13.000 e 55.000 quilômetros da superfície da Terra. [Imagem: NASA]
 
Clima espacial
Em setembro, o INPE receberá o líder da missão RBSP, David Sibeck, para discutir resultados de estudos sobre clima espacial e os impactos da AMAS e sua relação com as tempestades geomagnéticas.
 
Essas tempestades são causadas pela emissão de partículas muito energéticas e campos magnéticos muito intensos, ambos emitidos pelo Sol, que atravessam o meio interplanetário e interagem com o campo geomagnético da Terra.
 
O INPE mantém o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) para avaliar fenômenos que afetam o meio entre o Sol e a Terra, bem como o espaço em torno da Terra.
 
Fenômenos solares são capazes de causar interferências em sistemas como o GPS, além da possibilidade de induzir correntes elétricas em transformadores de linhas de transmissão de energia e afetar a proteção de dutos para transporte de óleo e gás.
 
Esses fenômenos são particularmente mais intensos no ambiente espacial brasileiro, devido à grande extensão territorial do país, distribuída ao norte e ao sul do equador geomagnético, à declinação geomagnética máxima e à presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul.
 
INPE e NASA

GREGG BRADEN SENTIMENTOS, ENERGIA E CONSCIÊNCIA

ENCONTRADA NOVA ESTRUTURA EM STONEHENGE

Foi encontrada uma versão de madeira do monumento muito próxima ao círculo de pedras original. Usando radares os arqueólogos encontraram um fosso circular a menos de um quilômetro de distância de Stonehenge.

O círculo de pedras, segundo estimativas de especialistas, data do período neolítico – de 2 mil a 4 mil anos atrás. A descoberta de uma nova estrutura na região, construída na mesma época, pode modificar a maneira com que Stonehenge é considerado.

A estrutura não foi escavada, mas estima-se que seu diâmetro seja de 25 metros de comprimento (apenas 5 metros a menos do que o Stonehenge). Vince Gaffney, arqueólogo responsável pela descoberta, acredita que sua equipe irá descobrir ainda mais detalhes, já que as pesquisas na região vão continuar.

Segundo Gaffney isso reforça a idéia de que o Stonehenge não está “sozinho” – a sua volta teriam outras estruturas cerimoniais usadas pelos antigos habitantes do lugar.

Ainda não se tem certeza sobre qual é o uso exato de Stonehenge. Alguns acreditam que era uma espécie de santuário onde sacrifícios eram realizados. Outros afirmam que era um observatório astronômico da antiguidade. E você, caro leitor, qual é sua teoria?

Reuters

BELO E FRÁGIL PLANETA TERRA


Os satélites de observação planetária da Nasa circulam o planeta a cada 90 minutos enviando valiosas informações sobre o clima, como utilizamos as áreas de terra e sobre o ar que respiramos.

O filme acima é uma compilação dos melhores trechos de vídeos do último ano criados pelos mais modernos satélites. As imagens incluem modelos computacionais e lapsos de tempo da Estação Espacial Internacional.

Aprecie de um ângulo incomum o nosso belo e frágil planeta.

Nasa

O COLOSSAL OLHO DO DESERTO DO SAARA



A Estrutura Richat é um local no deserto do Saara (Mauritânia), semelhante a um gigantesco alvo, com um diâmetro de aproximadamente 50 km. É também conhecido como “O Olho de África”.

Seria um aeroporto de espaçonaves alienígenas ou uma estrutura natural?

Por ser parecida com uma cratera, a formação desta estrutura foi inicialmente atribuída a um impacto de meteorito. Geólogos teorizam que o “olho” é um resultado de distintos tipos de rochas degradando a diferentes taxas de erosão. É uma teoria “aguada”, como rochas ígneas dentro da estrutura são mais resistentes à erosão do que as rochas sedimentares das camadas inferiores.

A idade das rochas sedimentares que circundam em Richat tem a idade do fim período Proterozóico (2,5 bilhões de anos) para Ordoviciano (480 milhões de anos).

Segundo a NASA, a Estrutura de Richat era usada como um marco para as tripulações de ônibus espaciais.

TES

NOVO CINTURIÃO DE RADIAÇÃO AO REDOR DA TERRA

Os dois anéis originais foram descobertos por James Van Allen, em 1958. O terceiro anel de radiação ao redor da Terra foi descoberto agora pelas sondas gêmeas da missão RBSP, que tem participação do Brasil. [Imagem: Baker et al./Science]

Cinturão de Van Allen
Astrônomos acabam de encontrar o terceiro anel de Van Allen, uma formação aparentemente temporária, mas maior, envolvendo o segundo anel.

Até agora se acreditava que o Cinturão de Van Allen fosse constituído por dois anéis de plasma - partículas carregadas eletricamente - que circundam a Terra no plano do Equador.

É nesse cinturão de radiação, sobre o qual pouco se sabe, que ocorrem as auroras boreais e austrais.

Os dois anéis originais foram descobertos por James Van Allen, em 1958. Eles circundam a Terra na região do Equador, estendendo-se entre 1.000 e 60.000 quilômetros de altitude, mantidos no lugar por ação do campo magnético terrestre.

A descoberta do terceiro anel foi feita pelas sondas espaciagêmeas RBSP (Radiation Belt Storm Probes - sondas para medição de tempestades nos cinturões de radiação, em tradução livre), lançadas pela NASA em Agosto do ano passado para estudar as "tempestades" dos anéis de radiação - devido ao nome complicado da missão, elas são mais conhecidas como Sondas de Van Allen.

O Brasil tem participação fundamental nessa missão.
Brasil ajudará NASA em missão sobre cinturões de radiação da Terra
A missão das duas sondas RBSP é justamente esclarecer a formação e o comportamento desse cinturão de radiação, que afeta o funcionamento de satélites e naves espaciais, e pode ter impacto sobre a saúde dos astronautas.

Terceiro anel de Van Allen
Assim que chegaram ao espaço, as duas sondas detectaram imediatamente os dois conhecidos e gordos anéis.

Para surpresa geral, contudo, nos dias que se seguiram, os instrumentos mostraram a formação de um terceiro anel de radiação.

Com o passar dos dias, o segundo anel começou a se comprimir em uma faixa de elétrons muito densa, e começou a surgir o terceiro anel, igualmente formado por elétrons, mas menos compacto e mais distante, estabelecendo o quadro de um cinturão de Van Allen com três anéis.

"Pareceu tão estranho que eu achei que devia haver algo de errado com o instrumento," disse o pesquisador Dan Baker. "Mas nós vimos coisas idênticas em cada uma das duas naves espaciais e então tivemos que concluir que era algo real."

O anel do meio, que os astrônomos chamam de anel de armazenamento, persistiu conforme o anel externo começava a se desfazer, o que ocorreu durante a terceira semana de Setembro.

Finalmente, uma poderosa onda de radiação emitida pelo Sol virtualmente aniquilou tanto o que restava do terceiro anel, quanto todo o segundo anel.

Pressa proveitosa
Já se sabia que o anel exterior de radiação tinha uma dimensão variável, às vezes inchando com partículas carregadas, que depois escapam novamente, dependendo do clima espacial.
Uma gigantesca proeminência no Sol entrou em erupção no dia 31 de Agosto de 2012, arremessando partículas e criando uma onda de choque que parece estar relacionada com o surgimento e o desaparecimento do terceiro anel de Van Allen. [Imagem: NASA/SDO/AIA/Goddard Space Flight Center]
Nos meses que se seguiram desde o desaparecimento dos dois anéis externos, as zonas de radiação se reconstituíram em sua estrutura mais comum de dois anéis.
"Nós não temos nenhuma ideia de quantas vezes esse tipo de coisa acontece," disse Baker. "Isso pode ocorrer com bastante frequência, mas nós não temos os instrumentos necessários para acompanhar isso."
Na verdade, o fenômeno só foi registrado porque os cientistas decidiram usar os instrumentos das duas sondas sem passar pelo criterioso programa de calibração que ocorre em todas as missões espaciais.

Eles passaram direto para a chamada "fase científica" porque queriam coletar a maior quantidade possível de dados em paralelo com a sonda SAMPEX, que está no espaço há mais de 20 anos, podendo deixar de funcionar a qualquer momento.

Se tivessem seguido as normas, o fenômeno não teria sido registrado.

"Se não tivéssemos feito dessa forma, teríamos perdido o acontecimento. É bom estar no lugar certo, na hora certa, com os instrumentos certos," disse Baker.

Uma melhor compreensão da formação do Cinturão de Van Allen, incluindo o número de anéis, ajudará os pesquisadores a refinar nossa compreensão de como e quando as tempestades solares podem causar estragos na Terra.

Por exemplo, qual seria o impacto de uma onda de choque que venha do Sol no momento que os anéis estão retraídos?

"Nós podemos oferecer estas novas observações para os teóricos que modelam o que está acontecendo no cinturão," disse Shri Kanekal, cientista da missão das Sondas de Van Allen. "A natureza nos presenteou com este evento - ele está lá, é um fato, você não pode argumentar contra ele - e agora temos de explicar por que ele ocorre. Por que o terceiro anel persistiu durante quatro semanas? Por que ele mudou? Todas essas informações nos ensinam um pouco mais sobre o espaço."

Site Inovação Tecnológica

ANTIMATÉRIA NO MANTO DA TERRA

Cientistas identificaram provisoriamente várias partículas no fundo do manto da Terra, que poderiam revelar quanto calor o planeta produz e confirmar se a Terra se formou a partir de materiais vindos do sol.

As partículas são chamadas de geoneutrinos, ou antimatérias de neutrinos (partículas exóticas fundamentais que podem passar através da Terra), que se formam no fundo do manto da Terra.

Cada partícula de matéria tem uma partícula de antimatéria correspondente, que é idêntica, mas tem uma carga oposta. Quando as duas se encontram, aniquilam uma a outra.

Quando a Terra se formou, os elementos radioativos tório e urânio foram distribuídos no interior do planeta em concentrações diferentes na crosta (camada mais externa da Terra) e no manto.

Conforme esses elementos decaem radioativamente dentro do manto, emitem calor e formam partículas subatômicas conhecidas como geoneutrinos.

O calor formado a partir dessa decadência é o motor que impulsiona o movimento do material viscoso que forma o manto da Terra. Esse movimento, por sua vez, pode afetar as placas tectônicas, causando terremotos.

Os cientistas têm modelos para prever quanto calor é gerado no interior da Terra, mas a medição se provou complicada. Isso se deve, em parte, ao fato de que o manto está quilômetros abaixo da superfície da Terra, por isso, “se você quiser entender quanto calor é produzido por esses elementos radioativos, a única maneira é através dos geoneutrinos”, explicou um coautor do estudo, Aldo Ianni, físico do Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália.

Para fazer isso, os pesquisadores do laboratório subterrâneo de Gran Sasso, que está a quase 1,6 km abaixo de uma montanha na Itália, procuraram por sinais em uma vasta piscina de líquido a base de óleo que cintila, ou produz flashes de luz quando partículas como prótons passam através dele.

Quando geoneutrinos passam pelo líquido cintilante, se chocam com os prótons e emitem um pósitron e um nêutron, criando um sinal distintivo.

Muitas das partículas que os cientistas identificaram inicialmente na verdade vieram de reatores nucleares de usinas próximas. Mas através da medição dos níveis de energia dos neutrinos, eles puderam isolar os 30% que vieram do manto da Terra.

Os geoneutrinos são criados a partir do decaimento radioativo do tório e urânio em uma reação que libera uma quantidade conhecida de calor. Como resultado, a frequência com que os pesquisadores encontram essas partículas pode revelar a quantidade de elementos radioativos à espreita no manto da Terra, e por sua vez a quantidade de calor que geram. Isso pode ajudar os cientistas a aperfeiçoar seus conhecimentos das placas tectônicas.

E também pode confirmar a teoria de que a Terra se formou a partir do sol, de acordo com Ianni.

Meteoritos que vêm da história primitiva do sistema solar contêm proporções distintas de urânio e tório que espelham a composição da superfície do sol. Ao comparar essa relação com a quantidade encontrada no interior da Terra, os pesquisadores podem confirmar as origens solares do planeta.

LiveScience

PLANETA EM FORMAÇÃO


Uma equipe internacional de astrônomos observou pela primeira vez, de forma direta, graças a um potente telescópio instalado no norte do Chile, o que parece ser um planeta em formação, incrustado ainda em um disco de gás e poeira, informou o Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês).

Se a descoberta for confirmada, possível com o Very Large Telescope (VLT), considerado o telescópio óptico mais avançado do mundo, daria pistas importantes de como se formam os planetas e como se pode melhorar a observação destes fenômenos, destacou o ESO.

A equipe de astrônomos, liderada pela suíça Sascha Quanz, estudou o espesso disco de gás e poeira que rodeia a jovem estrela HD100546, que está a 335 anos-luz da Terra e se surpreendeu ao encontrar o que parecia ser um planeta em processo de formação, ainda dentro do disco de material que ronda a jovem estrela.

"Acredita-se que poderia ser um gigante gasoso como Júpiter", informou comunicado do ESO.

As teorias atuais dizem que os planetas gigantes crescem ao capturar parte dos restos de gás e poeira que permanecem após a formação de uma estrela, mas nunca foi possível observar este processo ao vivo.

A estrela HD 100546 tem sido muito bem estudada até agora, segundo o ESO, e se sugeriu que já tem um planeta gigante a uma distância seis vezes maior à que separa a Terra do Sol. Este segundo candidato a planeta fica "nas regiões exteriores do sistema, umas dez vezes mais distante" que o outro.

"Até agora, a formação planetária tem sido um assunto abordado principalmente com simulações por computador", disse a astrônoma Sascha Quanz em comunicado. "Se a nossa descoberta for de um planeta em formação, pela primeira vez os cientistas poderão estudar empiricamente o processo de formação planetária e a interação de um planeta em formação com seu entorno natal em um estágio muito prematuro", acrescentou.

Segundo Adam Amara, outro membro da equipe, "a pesquisa exoplanetária é uma das mais novas e emocionantes fronteiras da astronomia e a imagem direta de planetas ainda é um campo emergente que vai se beneficiar muito dos recentes avanços em instrumentação e em métodos de análises de dados".

A descoberta ocorreu graças ao VLT e a um instrumento de medição do comprimento de onda infravermelha. O telescópio fica em Paranal, observatório operado pela ESO, que está situado a 2.600 metros de altitude, próximo da cidade de Antofagasta, a 1.360 quilômetros ao norte de Santiago.

A ESO é a principal organização astronômica intergovernamental da Europa e o observatório astronômico mais produtivo do mundo. Quinze países apoiam esta instituição: Brasil, Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia e Suíça.

BBC