A nanociência aplicada a um pigmento usado na antiguidade está abrindo caminhos para tecnologias estado-da-arte na atualidade.[Imagem: Johnson-McDaniel et al./JACS]
Renovação
O azul egípcio, um pigmento que impressionou faraós e rainhas na antiguidade, pode se tornar a próxima onda na tecnologia das telecomunicações e da segurança, além de permitir a criação de uma nova geração de tintas.
O pigmento azul, usado há mais de 5.000 anos, está dando aos cientistas pistas para o desenvolvimento de novos nanomateriais.
Essas novas nanopartículas têm usos potenciais em equipamentos de imagens médicas, controles remotos para televisores, tintas de segurança e tecnologias de telecomunicações por fibra óptica.
Foi o que descobriram Darrah Johnson-McDaniel e seus colegas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.
Azul que emite vermelho
Os pesquisadores afirmam ter ficado surpresos ao verificar que o silicato de cobre e cálcio que forma o azul egípcio se divide em nanofolhas tão finas que milhares delas caberiam na largura de um fio de cabelo humano.
Mas a maior surpresa foi que essas nanofolhas emitem radiação infravermelha (IR), semelhante à usada para comunicação entre os controles remotos e as TVs e outros dispositivos de telecomunicações.
"O silicato de cobre e cálcio estabelece uma rota para uma nova classe de nanomateriais que são particularmente interessantes com vistas a equipamentos estado-da-arte, como imagens biomédicas usando infravermelho próximo, emissores de luz infravermelha (principalmente para uso em plataformas de telecomunicações) e novas formulações de tintas de seguranças," afirmam os pesquisadores em seu estudo.
Azul egípcio
O azul egípcio é formado por partículas que são essencialmente um tipo de vidro - CaCuSi4O10 e SiO2 (sílica).
Os cientistas passaram a se interessar no estudo da propriedade de materiais muito finos principalmente depois da descoberta do grafeno, uma folha unidimensional de carbono que apresenta propriedades radicalmente diferentes do material em bruto.
O próximo passo da pesquisa é criar os primeiros protótipos de dispositivos baseados no pigmento azul que promete revolucionar a emissão de luz infravermelha.
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