Os
Estados Unidos podem abrir caminho para um nova “febre do ouro” com a aprovação
da lei para a exploração de recursos obtidos no espaço, embora a princípio com
foco no cinturão de asteroides de nosso sistema solar.
Como ocorreu no final do século XIX, quando os
legisladores de Washington firmaram a base legal para a corrida do ouro que já
estava em andamento na Califórnia, as autoridades americanas abriram caminho
para o estímulo da mineração espacial.
No
fim de novembro, o presidente americano, Barack Obama, assinou a chamada “Lei do
Espaço” para promover a exploração privada do espaço, algo que já começou a ser
realizado por empresas como SpaceX e Orbital ATK com missões de carga à Estação
Espacial Internacional e planos além da orbita
terrestre.
A
lei inclui um último artigo que permitiria a apropriação de asteroides e outros
“recursos espaciais” por parte de pessoas físicas e empresas, desde que consigam
a tecnologia para se deslocar e explorar esses corpos celestes ricos em minerais
como platina, ouro, ferro e água.
O
último artigo da lei pede que o governo não interfira na exploração mineradora
espacial e deixa claro que quem for capaz de recuperar recursos de um asteroide
tem o direito de “possui-lo, transportá-lo, usá-lo e
vendê-lo”.
Além disso, os Estados Unidos não se reservam direitos de
soberania, algo proibido pelo Tratado Internacional do Espaço Exterior e que, em
princípio, não é impedimento para que todo aquele com a ousadia suficiente ponha
seu nome em um asteroide.
Empresas que desenvolveram projetos de mineração de
asteroides, como a Planetary Resources e a Deep Space Industries, comemoram a
aprovação desta legislação que esclarece o marco legal para um negócio que pode
ser extremamente rentável e lançar uma febre do ouro em nível
espacial.
“Dentro de muitos anos se verá a aprovação desta lei como
o momento da história que representou um avanço em nosso caminho para nos
transformamos em uma espécie multiplanetária”, declarou em comunicado o
copresidente da Planetary Resources, Eric Anderson.
Estas companhias criadas em nome de um sonho estão
investindo dinheiro e tempo em desenvolver sondas capazes de se aproximar de um
asteroide e explorar seus recursos, em alguns casos tirando-os de sua
órbita.
As
possibilidades da exploração de asteroides são inumeráveis e vão desde a
possibilidade de explorar quantidades inesgotáveis de metais preciosos a apoiar
logisticamente colônias humanas na Lua ou em Marte com combustível, água ou
outros materiais.
Corpos rochosos que orbitam a Terra ou se acumulam no
cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter podem ser fonte de riquezas quase
inesgotáveis, com a água como principal atrativo para a vida além da superfície
terrestre.
Um
só asteroide de 500 metros cúbicos pode conter toda a platina obtida de minas
terrestres em toda a história ou ter um preço de mercado de centenas de bilhões
de dólares, segundo estimativas.
A
Planetary Resources, com acionistas de Vale do Silício e assessorada pelo
cineasta e explorador James Cameron, já começou a iniciar ambiciosos projetos
para visitar asteroides e estudar sua composição com o objetivo a longo prazo de
realizar operações de mineração e se transformar em uma rede de “postos de
gasolina do espaço”.
“É
possível que possamos transportar água e combustível a altitudes como a da
Estação Espacial Internacional a custo mais baixo que o de levá-los a partir da
superfície da Terra”, explicou o cientista-chefe da Deep Space Industries, John
Lewis, em entrevista à Fundação Smithsonian.
Apenas a água, que missões como a europeia Rosetta
confirmaram que existe em grandes concentrações em cometas e asteroides, poderia
ser a origem de um negócio “trilionário”, segundo a Planetary
Resources.
A
água é uma espécie de “petróleo” da futura vida espacial, já que, através de
processos de hidrólise, será possível obter hidrogênio e oxigênio que
impulsionaria foguetes, alimentaria satélites e sustentaria a vida de
exploradores espaciais fora da Terra. (Fonte: Terra)
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