A técnica, chamada microtomografia, constrói um mapa tridimensional
mostrando a localização exata da tinta nos documentos.
Encontrar um papiro antigo é o maior sonho de muitos arqueólogos. Já
os historiadores querem mesmo é desenrolar o papiro e desvendar seus
segredos.
O
problema é que esses artefatos antigos são extremamente frágeis, e podem
simplesmente se esfarelar ao serem desdobrados.
Graham
Davis (Universidade de Londres) e Tim Wess (Universidade de Cardiff) não são nem
arqueólogos e nem historiadores, mas encontraram uma solução para o dilema entre
tentar abrir o documento antigo para ler seu conteúdo e correr o risco de
destruí-lo para sempre.
Os
dois pesquisadores criaram uma tecnologia que mistura imageamento de raios X e
reconstrução de imagens por computador que permite ler os papiros enrolados ou
dobrados, sem a necessidade de desenrolá-los ou desdobrá-los.
A
técnica, chamada microtomografia, constrói um mapa tridimensional mostrando a
localização exata da tinta nos documentos, capturando "fatias" do documento e
transformando-as em imagens perfeitamente legíveis.
A
seguir, um software combina as imagens, calculando a localização exata de cada
ponto da tinta no documento desdobrado.
A esquerda, cada "fatia" lida pela microtomografia.
À direita, a
imagem totalmente reconstruída.
Segundo
os dois pesquisadores, a principal diferença entre o novo método e outras
técnicas desenvolvidas anteriormente para ler documentos históricos sem
desdobrá-los é a resolução sem precedentes e o alto contraste que ele fornece
entre a tinta e o pergaminho.
Isto
significa que a tinta aparece muito melhor contra o pergaminho, sendo realmente
legível.
"Este
é um marco na recuperação de informações históricas. A comunidade
conservacionista é com razão muito cuidadosa com os documentos antigos, e não
está preparada para arriscar danificá-los, abrindo-os. Nosso avanço significa
que isso não será mais necessário," disse o professor Wess.
Segundo
ele, há milhares de documentos históricos em museus ao redor do mundo que nunca
foram lidos ou decifrados porque são frágeis demais para serem manuseados.
EPSRC
Press Release - 06/06/2013
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