Uma nova análise de um antigo texto maia, o Códice
de Dresden, o mais antigo escrito nas Américas conhecido pelos historiadores,
sugere que um astrônomo da época pode ter feito uma grande descoberta mais de
mil anos atrás.
De acordo com um novo estudo da Universidade da
Califórnia em Santa Barbara (EUA), os dados astronômicos escritos em parte do
texto, chamada de “Venus Table” (ou “Tabela de Vênus”) não foram criados apenas
com base na numerologia, como se pensava anteriormente, mas sim eram uma forma
pioneira de manutenção de registros científicos que teve grande importância para
a sociedade maia.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado no
Journal of Astronomy in Culture.
Raridade numerológica ou correção
matemática?
O antropólogo Gerardo Aldana fez uma leitura da
Tabela de Vênus que incorporou epigrafia (o estudo dos hieróglifos), arqueologia
e astronomia. O autor da pesquisa sugere que uma antiga correção matemática no
texto, referente aos movimentos de Vênus, provavelmente pode ser rastreada até a
cidade de Chich’en Itza durante o período clássico terminal de 800 a 1000
dC.
Até então, os estudiosos consideravam essa
“sutileza matemática” uma raridade numerológica. Porém, Aldana crê que ela serve
como uma correção para o ciclo irregular de Vênus, que dura 583,92 dias, assim
como o nosso próprio calendário gregoriano incorpora anos
bissextos.
Segundo a análise que Aldana fez da tabela, um
verbo chave no texto – k’al – tem um significado diferente de como os
pesquisadores originalmente o interpretaram. O antropólogo diz que ele deve ser
lido no sentido de “incluir” ou “anexar”, o que lhe dá um novo significado
cosmológico, ajudando a gravar uma mensagem científica muito
diferente.
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maia
“O que eu estou dizendo é: vamos fazer uma
suposição diferente”, explica Aldana ao portal Science Alert. “Vamos supor que
os maias tinham registros históricos e mantinham registros históricos de eventos
astronômicos para consultá-los no futuro – exatamente o que os gregos e os
egípcios e todos os outros fizeram”.
Fator cultural
Para testar essa hipótese, Aldana examinou outro
sítio arqueológico maia, Copán, em Honduras. Os registros de Vênus nesta antiga
cidade-estado correspondiam aos registros na Tabela de Vênus, acrescentando peso
à ideia de que as observações do movimento do planeta eram uma forma de registro
histórico e científico.
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pode ser destruído hoje
Aldana acha que é provável as observações não
foram puramente mantidas para manutenção de registros astronômicos, mas também
serviam como uma base importante para a atividade maia baseada em
calendário.
“Eles usavam Vênus não apenas para traçar
estritamente quando o planeta ia aparecer, mas para os seus ciclos rituais”,
argumenta. “Eles tinham atividades rituais, quando toda a cidade se reunia e
eles faziam certos eventos com base na observação de
Vênus”.
Se a nova interpretação da tabela estiver correta,
significa que este registro maia precoce não era apenas um exercício
numerológico com base em cálculos matemáticos, mas uma realização científica
maior, com base em uma observação mais ampla.
ScienceAlert
hypescience.com/estudo-sugere-que-astronomo-maia-calculou-os-movimentos-de-ve
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