Você pertence a um pequeno numero de estudiosos que conseguem ler as tábulas de
argila encontradas na Mesopotâmia. O que despertou seu interesse nelas? Isso vem desde os meus dias de escola. Estávamos estudando a
Bíblia (Antigo Testamento) em seu idioma original, o hebraico; chegamos ao
capítulo 6 do Gênesis, a história do Dilúvio. O capitulo começa com vários
versos enigmáticos, dizendo-nos que no tempo pouco ante do Dilúvio, "havia
gigantes sobre a Terra", e eles se casaram com as Filhas do Homem e tiveram
filhos delas. E eu levantei a mão e perguntei à professora: por que a senhora
diz "gigantes" quando a palavra na Bíblia é Nefilim, que significa "aqueles que
desceram", e não "gigantes"? Em vez de me elogiar por meu conhecimento de
hebraico, ele me repreendeu. Não se questiona a Bíblia! E isso me magoou muito e
me deixou pensando quem eram os Nefilim, e por que eles eram assim chamados. Com
o tempo, eu descobri que aqueles versículos (assim como a história toda do
Grande Dilúvio) se originava de um povo chamado sumério, que milhares de anos
antes de a Bíblia ser composta, escreveu em tábulas de argila a história e a
pré-história da Humanidade. Assim, esta foi a origem de meu interesse nas
antigas tabulas da Mesopotâmia.
E o que as tábulas diziam? As tabulas diziam que de fato houve um Dilúvio que engolfou a
terra habitada e que milhares de anos antes de ele acontecer os Anunnaki, que em
sumério significa "aqueles que vieram do céu para a terra", vieram à Terra de
seu planeta Nibiru, e foram os Elohim ("deuses") que disseram uns para os
outros: Vamos criar Adão à nossa imagem evoluída na Terra ao nível do Homo
Sapiens.
Outros concordam que era isto o que as tabulas
diziam? Sim, é claro que outros estudiosos concordam que é isto
o que as tabulas dizem, porque depois que elas foram encontradas por arqueólogos
nos últimos 150 anos e decifradas e traduzidas (começando com George Smith, "The
Chaldean Account of Genesis", em 1876, e L. W. King, "The Seven Tablets of
Creation", em 1902), não havia como negar isso. Mas pelo fato de as histórias
envolverem os chamados deuses dos povos antigos, eles foram considerados mitos
-"mitologia'. Além disso, a idéia de seres com forma humana vindos para a Terra
de outro planeta - astronautas antigos - era, é claro, impensável naquela época;
assim, tinha de ser mitologia e não registros factuais. Mas quando eu comecei a
pensar seriamente que não, aqueles eram registros de eventos que realmente
aconteceram, estávamos no começo da Era Espacial, assim para mim fazia sentido;
e quando li os textos antigos deste ponto de vista, tudo começou a ficar
claro.
Mas agora que sabemos que as viagens espaciais são
possíveis, por que os outros ainda acham que esses eventos são mitologia? Por causa de Nibiru, planeta deles,
e a aceitação da idéia de
que não estamos sós.
O senhor pode explicar? Sim, eu posso tentar explicar. Mesmo aqueles que aceitam a probabilidade de vida
inteligente em outros lugares do universo, dizem que o sistema estelar mais
próximo com possibilidade de ter planetas com vida está tão distante que ninguém
daqui conseguiria ir lá e certamente não poderia ir e vir, para lá e para cá,
como faziam os Anunnaki. Mas concluí que o planeta deles pertence a nosso
sistema solar, com um período orbital de cerca de 3.600 anos, portanto, essa
viagem espacial de lá para a Terra é muito exeqüível durante tais órbitas. Isso
justifica chamar os Anunnaki pelo nome tabu de "extraterrestres". Que é usado
por pessoas que acreditam em OVNI, etc., mas é tabu para os acadêmicos do
establishment.
Algum planeta, hoje pertencente a nosso sistema
solar, foi descoberto? Durante muitas décadas, muitos
astrônomos estavam convencidos de que há mais um planeta além de Plutão. Eles o
chamam de "Planeta X", significando desconhecido bem como "décimo planeta" (Eu
me refiro a Nibiru como o décimo segundo planeta, porque os sumérios contavam o
sol e a lua e 10 planetas para um sistema solar de 12 elementos). Uma pessoa que
procurou o planeta foi o Dr. Robert Harrington do Observatório Naval dos Estados
Unidos (que faz parte do Departamento de defesa americano), que concordou com
minha teoria sobre os sumérios. (o desenho que ele me mandou está em meu livro
Gênesis Revisitado). Perturbações nas órbitas de Netuno e Plutão indicam a
existência de força gravitacional de outro planeta. A nave espacial Pioneer 10
mostra indicações semelhantes desde que o planeta grande e distante também nas
fronteiras do sistema solar. Em 1983, a nave espacial IRAS descobriu que tal
corpo celeste estava de fato se movendo em direção a nossa parte do sistema
solar - como Nibiru faria. Mas todas essas descobertas, mesmo quando relatadas,
são logo negadas e tratadas como algo que seria melhor ignorar.
Por quê? Porque reconhecer a existência de mais um planeta é
confirmar o conhecimento que os sumérios tinham de Nibiru; e uma vez que tal
conhecimento (sem telescópios e veículos espaciais) só poderia vir dos Anunnaki,
isso significa confirmar a palavra tabu "extraterrestres".
Então, o problema é de aceitação científica? A comunidade
científica começa a perceber que muitas das últimas descobertas - no espaço, na
astronomia, na biologia/genética, na geologia - corroboram minha abordagem
quanto aos textos sumérios. Eu dediquei um livro à comparação do conhecimento
dos antigos com as descobertas modernas (Genesis Revisited), e estou atualizando
este aspecto em meu site de internet SITCHIN.Com. Mas existem, é claro, outras
razões para a não-aceitação, por exemplo, fundamentalistas que insistem que o
Céu e a Terra foram criados em apenas seis dias.
Estas
atitudes estão mudando? Sim, estão. Um de meus maiores fãs é
um padre católico na Califórnia que disse que a compreensão de que os deuses
antigos eram apenas emissários de Deus, com D maiúsculo, reforçou a crença dele
em um Criador Universal. No ano passado, em uma conferência na Itália, tive um
diálogo em público com um teólogo do Vaticano, Monsenhor Balducci, que admirava
minha pesquisa e concordou comigo de que (a) pode haver seres inteligentes em
outro planeta e (b) que visitas de extraterrestres à Terra são possíveis. Eu
relato o diálogo em meu site de Internet.
Isso tudo é só
sobre o passado? O senhor disse que os Anunnaki estavam indo e vindo. Eles estão
ainda hoje indo e vindo? Meus escritos, como você apontou, são
baseados em fontes da Antigüidade, desde os sumérios e depois outras fontes.
Mesmo o Novo Testamento nos deixa a alguns 2000 anos atrás. Assim, discutir o
que aconteceu depois disso requer uma mudança de enfoque, lidar com novas
evidências - talvez menos com escritos claros e mais com a interpretação das
evidências físicas, o que pode ser controvertido.
O senhor
pode explicar o que quer dizer com "mudança de enfoque"? Com
relação a registros escritos do Oriente Próximo antigo eu sinto uma grande
certeza, uma vez que posso ler as tábulas eu mesmo e consigo ler o Antigo
Testamento em hebraico. Sei o que dizem e aceito o que dizem como informação
factual. Depois que deixamos essa região e aquela época, mesmo começando com o
Egito antigo, temos de confiar na compreensão e em evidências datadas de
natureza física, tais como as pirâmides no Egito, pinturas em cavernas como no
Brasil, estruturas enigmáticas como em Tiwanaku (Peru) ou nas Linhas de Nazca, e
ter a ajuda de reminiscências orais, que são chamadas de "lendas", em vez de
escritas.
O senhor trata disso em seu livro Os Reinos
Perdidos, então acredita que esses lugares e suas lendas dão continuidade à
mesma história? Sim. Eu mostro que a principal divindade da
Meso-América, Qetzalcoatl (A Serpente Alada) era o deus egípcio Thoth, que era o
deus sumério Ningishzidda, e eu então explico não apenas a semelhança das
pirâmides, mas também a aparição dos Olmecs - um povo de descendência africana
que inexplicavelmente veio para o México em cerca de 3100 AC e trouxeram a Mãe
Civilização aos nativos. O mesmo ocorre com outras divindades da Antigüidade.
Quando se estudam as "mitologias" de toda parte, parece haver panteões
diferentes com muitos deuses diferentes. Mas quando se constata que os nomes
diferentes têm o mesmo significado nas diferentes línguas, percebe-se que todos
estão falando sobre os Anunnaki dos sumérios. Assim, o pai de Qetzacoalt
/Thoth/Ningishzidda era Enki, a quem os egípcios chamavam Ptah. Ele era também o
pai do deus egípcio Ra, conhecido por outros como Marduk.
Uma
mudança na arena do drama de deuses e homens? Uma mudança de
enfoque, uma mudança nas evidencias. Um novo capítulo, mas no mesmo livro. Ao
tratar o que aconteceu no Novo Mundo como parte da história que começou no Velho
Mundo, é possível entender melhor as evidências físicas e levar mais a sério as
"lendas".
O senhor está convencido de que "eles" estiveram
aqui... Eles ainda estão aqui? Isso nos afasta do que eu
considero fato - sim, eles estiveram aqui - e vai para a especulação, que também
significa profecia. Porque a questão é, antes que alguém pergunte se eles ainda
estão aqui: eles foram embora? E se foram embora, vão voltar? Não quero
especular se eles estão aqui, porque isso leva a conversas sobre conspirações, etc. - com que eu não tenho absolutamente nenhuma
ligação. Prefiro não especular.
Mas o senhor disse em suas
palestras e vídeos que "o passado é o futuro", então o senhor deve acreditar em
algo? É verdade, porque se alguém considera as fontes bíblicas
como os legado de tempos mais remotos, então devemos trocar a palavra
"especulação" por "profecia". É a propria bíblia - que eu considero um documento
histórico em vez de teológico - que no final do primeiro milênio AC mudou de (a)
história da criação, (b) as ações dos Anunnaki no período que antecedeu o
Dilúvio, (c) as civilizações humanas pós-Dilúvio, os tempos históricos; para (d)
previsões de coisas por acontecer, que são chamadas "profecias". E ela diz
repetidamente: "os últimos serão os primeiros", ou no Livro da revelação: "Eu
sou o Alfa e o Omega, eu sou o primeiro e o último."
Então, o
que aconteceu vai acontecer novamente? Um ciclo de eventos como os calendários
maias? Sim, como os calendários maias que estão atrelados às
crenças mesopotâmicas de que o Grande Deus Qetzalcoatl, "a Serpente Alada", que
se foi, mas prometeu retornar. Assim o calendário está atrelado ao Retorno
esperado. A conclusão inevitável é que, com base em profecias bíblicas, atém
mesmo em crenças mesopotâmicas, um Retorno - o que os judeus chama de tempos
messiânicos, e os cristãos chamam de a Segunda Vinda - vai acontecer.
Seria esta data o ano de 2012, que alguns atribuem ao
calendário maia? Esta data (ou um pouco depois dela,
dependendo de como se conta) surgiu de uma suposição de que o grande ciclo dos
maias seria concluído com 13 grandes ciclos, mas por que não 14 ou 15? Estou
mais inclinado a basear minha pesquisa no calendário introduzido pelos próprios
Anunnaki - o calendário zodiacal.
E o que o senhor vê no
calendário zodiacal? Os dados apontam para a Era de Peixes
como a época do aparecimento da espaçonave deles entre Marte e a Terra, e nós
ainda temos de esperar o século XXI, este século, para chegar em
Peixes...
Isso é bastante especifico para alguém que não gosta
de especular... Então, que tal deixarmos as coisas assim?
Uma última pergunta: O senhor escreveu oito livros; há
mais a caminho? É claro... Ainda há muito mais a contar. De
fato, o novo livro, que sai em alguns meses, vai reapresentar as Memórias e
Profecias de Enki.
Enki, aquele que chegou aqui como o
primeiro líder, o Forjador da Humanidade? Sim..
Os títulos dos livros são:
The Cosmic Code : a ser lançado
When Time Began : a ser lançado
Divine Encounters : a ser lançado
Os Reinos Perdidos (The Lost Realms)
Gênesis Revisitado (Genesis Revisited)
O
décimo Segundo Planeta (The 12th Planet )
A Escada para o Céu (The Stairway
do Heaven)
Guerras de Deuses e Homens (The Wars of Gods and Men)
Os livros de Zecharia Sitchin estão sendo publicados no Brasil em português EDITORA NOVA CULTURAL
Rua Paes Leme, 425 - Pinheiros - SP
CEP: 0524-010 - tel: (11) 816-5667 - Fax: (11) 872-3220.
NOTA: Zecharia Sitchin não
faz identificação alguma de Enlil com o IAHWEW biblico.Outros
autores, porem, pensam assim, Neil Freer, por exemplo.
www.jornalinfinito.com.br/